terça-feira, 21 de outubro de 2008
À Deriva
Uma amiga me pediu para escrever algo que fizesse com que as pessoas pudessem refletir, pensar um pouco sobre a vida. Tarefa difícil, até porque cada um tem uma visão diferente quando se trata de colocar a mão na consciência. Mas nessa semana, e olha que hoje é apenas terça-feira, já estou com uma sensação de que estamos à deriva, navengando em águas perigosas. Poderia discorrer sobre os absurdos que assistimos diariamente nos jornais: assassinatos, sequestros, abandonos, corrupção, nepostismo, inércia política, acidentes causados por buracos nas rodovias, incêndios criminosos...e por aí vai. Tragédias e anomalias sociais estão por toda a parte. O que realmente me incomoda e faz com que me sinta nauseada é a passividade com que nos colocamos diante de tudo isso. Tudo normal, fazendo parte da rotina, invadindo nossas vidas, nossas casas, sem avisar. Às vezes penso que recebemos tanta informação que fica difícil processar, memorizar, refletir e tirar conclusões acerca do que está acontecendo ao nosso redor. Somos invadidos de forma brutal por fatos, versões, acontecimentos que deveriam fazer diferença, mas que no fim são apenas algumas palavras proferidas por Fátimas e Bonners, em uma imensidão de letras e sons incongruentes, porque afinal, nessa hora estamos cansados, o dia já foi pesado o suficiente, a rotina do nosso mundinho já nos chateou bastante e no outro dia começa tudo outra vez. E aí, o que eu tenho a ver com tudo isso? Se alguém tiver uma resposta satisfatória, por favor estou aguardando, pois há momentos em que não sei exatamente o que estamos fazendo por estas bandas, o mundo às vezes me parece um lugar estranho, uma terra de ninguém. Alguém arrisca uma reflexão?
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