Navego no meu mundo
Um mar de desperdícios
de eventos desconexos
Despidos de reconhecimento e autocompaixão
Vejo um oceano que se compõe em versos rasos
Feito um jardim com flores mortas e pálidas
Rochedos de sonhos inacabados
Tento achar um sentido na retidão das palavras
Que me encontram perdidas no verso solto
O meu eu não encontra o afeto por entre as rimas que não me convém
Discreto como água que escorre pelos dedos
O vinho entrega o abismo entre a alma e a mente
Construo um muro de escombros
Tento buscar segurança na noite escura
Amanheço com a certeza de que ainda não sei
Quem eu busco
Ou quem eu escondo.
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