terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Náufraga



Navego no meu mundo

Um mar de desperdícios 

de eventos desconexos

Despidos de reconhecimento e autocompaixão 


Vejo um oceano que se compõe em versos rasos

Feito um jardim com flores mortas e pálidas

Rochedos de sonhos inacabados


Tento achar um sentido na retidão das palavras

Que me encontram perdidas no verso solto

O meu eu não encontra o afeto por entre as rimas que não me convém


Discreto como água que escorre pelos dedos

O vinho entrega o abismo entre a alma e a mente

Construo um muro de escombros 

Tento buscar segurança na noite escura


Amanheço com a certeza de que ainda não sei

Quem eu busco

Ou quem eu escondo.


Nenhum comentário:

Deixe a música tocar, por favor

Parada no hall de entrada, deixou a bolsa despencar dos ombros enquanto os mocassins foram desprezados gentilmente para fora dos pés. O gato...