Todas as vezes
Em que permiti
Que meus gritos fossem silenciados
Minhas angústias diminuídas
E minha força desacreditada
Me afastei
De quem verdadeiramente sou
Para ser quem
Idealmente acreditava ser melhor
Uma versão minha
Ao avesso
Aos tropeços
Em pedaços e fragmentos
Que só permitia mostrar
Se não ousasse confrontar
Quebrantar
Revolucionar.
Me derramei
Até não sobrar mais nada
Esvaziei os cestos de lixo emocional
As gavetas de memórias tóxicas
E as caixas de verdades impostas.
Recomecei
E assim não me perdi
De quem eu sou
E de onde sempre pertenci.